quarta-feira, 16 de setembro de 2009

... eu ficaria muito enfurecido.

Hoje estou morrendo ao cair da noite. Aos poucos sinto meu corpo funcionando num passo cada vez mais lento. Devagar, minha mente desacelera para depois, com a libertação de meu espírito, parar.

Mas eu não desejo a morte hoje. A morte, nesse momento, seria uma interrupção de meus novos planos.

Enquanto sinto meu sangue fluir gradativamente mais lento e mais frio através de meu corpo penso em quantas coisas deixaria por acabar. Não quero deixar tudo isso pela metade. Me abri para novas esperanças, novos inícios durante o dia e quero viver tudo que comecei.

É difícil de pensar em tanta coisa quando minha mente quer parar, mas estou usando minhas últimas reservas de força para  justificar porque não deveria morrer agora.
Pensei em ajudar um amigo. Voltei a me interessar por arte. Resolvi fazer coisas que me dessem prazer. Ainda sinto um pouco de desconforto com relação a Escola. Quero viver algumas aventuras. Quero ter meu próprio negócio. Quero voltar a amar.

Mas pensar em minhas vontades não foi o suficiente para manter minh'alma dentro de meu corpo. Agora caminho atravessando os portais para um outro mundo. Um mundo que talvez seja até melhor que esse mas que eu não gostaria de conhecer agora.

Nesses últimos instantes antes de minha alma se separar do meu espírito sinto raiva, sinto frustração. Não consigo pensar em outra coisa a não ser as expectativas pelas coisas que poderia ser.

A morte agora seria muito inoportuna. Espero que as mortes tenham ao menos alguma elegância de saber a melhor hora para chegar.

Que Apolo brilhe sempre para iluminar o caminho de todos. Blessed Be.

domingo, 13 de setembro de 2009

... a face da morte seria de uma doce criança.

Cheguei em casa depois de um dia cheio. Tomei um banho. Bebi um chá. E estou morrendo novamente nessa noite.

Hoje a morte parece ser um destino leve, libertador.

Hoje irei rumo ao mundo dos mortos com alguma satisfação. Deixarei meu corpo físico que agora se encontra gelado e pálido sabendo que o dia de hoje foi um grande dia. Durante o trabalho m diverti e instiguei meus alunos alunos com coisas realmente instigantes.

Ao sair do trabalho tive a sensação de missão cumprida. Fui ao salão de cabeleireiros de um amigo. Sempre aprecio muito as conversas com ele pois ele tem um estilo e uma filosofia de vida muito interessante. Eu adoro o modo com que ele faz a vida parecer uma aventura. Tenho uma certa afinidade com aventuras. O humor desse amigo me deu um novo ânimo.

Fui visitar a casa de minha avó. Eu considero aquele lugar o meu templo especial. Lá minha mente e meu coração se tranquilizam. Me sinto energizado. A casa de minha vó é o meu portal para meu interior. Um ótimo lugar para buscar a paz que quero levar para o mundo dos mortos.
Uma festa na casa de alguns parentes também me animou e me distraiu.

Essa noite a sensação da morte é confortadora. Como se alguém sorrindo, com uma face angelical viesse tirar meu espírito reluzente de meu corpo rígido e gélido. Agora estou com as moedas para entregar ao barqueiro. Atravessarei o Rio e irei em busca de meu renascimento.

Quem dera todas as mortes pudessem ter o mesmo sabor de satisfação como a de hoje.

Que todos tenham a graça de Dagda. Abençoados sejam.


sábado, 12 de setembro de 2009

... morreria com vontade de beijar.


O dia de inauguração merece uma morte dupla.

Assistindo a um filme nesta noite vi uma cena que me causou um sentimento diferente. Durante todo o filme companheiros de trabalho e amigos que se viam todos os dias, que passavam horas juntos, que se conheciam e ajudavam um ao outro, encontravam-se e se cumprimentavam com um toque de mãos; também despediam-se com um toque de mãos.

Um desses amigos levou um tiro. O outro o segurava chorando enquanto via seu corpo agonizando em seus braços. E então, o amigo que se despedia de seu companheiro já em seus últimos suspiros deu-lhe um beijo e não um aperto de mãos.
Por que as pessoas esperam momentos extremos para ter uma atitude de carinho verdadeiro? Sinto uma vontade enorme de beijar todos que amo. O beijo é uma manifestação muito grande de carinho.

Será que é mesmo necessário o terror da morte, ou a dor da separação para mostrarmos o que realmente está no nosso coração.

Obrigado Awen. Bênçãos de Afrodite.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

... morreria intrigado.


Existem muitas perguntas que ficam sem respostas apesar da grande busca que se empenha em desvendá-las.

O amor. O que temos que aprender na verdade com ele?

A amizade. Qual é a melhor maneira de ser amigo? Hoje conversei com um amigo sobre sua vida. Um amigo que realmente possui capacidades intelectuiais e físicas que vão muito além de qualquer outro ser humano que eu conheço. Tentei fazê-lo enxergar que algumas coisas precisavam de espaço na vida dele. A conversa foi como sempre são as conversas com esse amigo, franca e direta e sempre tudo acaba em paz. 

Conversei depois com um outro amigo. Ele me relatou algumas visões que anda tendo. Esse outro amigo possui dons especiais. Dons que farão com que ele rompa o véu logo. A conversa com ele sempre é filosófica, desbravadora, e por mais que eu custe adimiitr eu sempre descubro coisas novas quando converso com ele. Ele sempre provoca em mim uma sacada que não havia passado pela minha mente.

Mas o que mais me intriga é: o que é isso tudo. Hoje eu não sei o que eu sou. Hoje eu não sei o que eu sou. E isso está me intrigando.

Espero renascer amanhã um pouco mais consciente disso.

Agora, indo para os braços de Morpheu. Bênçãos a todos.